Papa Francisco poderá aplicar mesmo rigor de quando era arcebispo

Buenos Aires - Para o porta-voz da arquidiocese de Buenos Aires, Federico Wals, é bastante provável que papa Francisco aplique no Vaticano as mesmas receitas de gestão administrativas utilizadas quando ele era arcebispo da capital argentina.

"O que ele fez aqui está fazendo no Vaticano. Desde que foi eleito papa, multiplicaram-se os sinais de um desejo de uma grande mudança no sentido mais amplo, que inclui tanto o âmbito pastoral quanto o administrativo", declarou Wals.

Entre as medidas que o então cardeal Jorge Bergoglio tomou na arquidiocese de Buenos Aires a partir de 1998, quando substituiu o cardeal Antonio Quarracino, estão a renuncia das participações em vários bancos locais e um maior rigor na gestão das contas da Igreja, com uma marcada austeridade.

Com base nessas medidas, aumentam os boatos que apontam a intenção do novo pontífice de "fechar" o Instituto de Obras Religiosas (IOR), considerado o "banco do Vaticano" e pivô de numerosos escândalos nas ultimas décadas. Todavia, fontes do Vaticano lembram como a reorganização da diocese de Buenos Aires passou através de uma grande consulta feita pelo IOR.

Quando Bergoglio assumiu a arquidiocese de Buenos Aires, em 1998, enfrentou uma situação muito difícil, marcada por uma grave falta de liquidez e graves suspeitas de irregularidades. Um inquérito judicial sobre a falência fraudulenta do Banco de Credito Provincial, realizada em 1999, levou a prisão de padre Roberto Toledo, secretário particular de Quarracino, quando esse último já tinha falecido.

SIR