Cardeal Errázuriz: O Papa quer pastores que sejam instrumento de misericórdia e esperança
Sexta-feira, 18 de Outubro de 2013
O Cardeal Francisco Javier Errázuriz, membro do Conselho de Cardeais criado pelo Papa Francisco para melhorar a organização e o governo da Igreja, regressou a Chile depois da primeira sessão deste grupo e revelou o que o Pontífice espera dos pastores hoje.
O Arcebispo Emérito de Santiago, concedeu uma entrevista para o portal da Igreja de Santiago, na que comentou que o Papa “quer que os pastores sejam instrumento de misericórdia e de esperança, que acordem novamente a alegria de ser cristãos”.
“Me alegra colaborar com o Papa Francisco. É claro que tem um projeto de conversão pastoral em seu coração, em suas atitudes, em suas palavras e em seus gestos. Tive a alegria de acompanhá-lo o passado 4 de outubro em sua peregrinação a Assis. Recordou-nos a vigência da carisma de san Francisco para a reforma da Igreja de seu tempo e para a renovação do Povo de Deus em nossos dias, ensinando-nos a despojar-nos de toda mundaneidad”, comentou sobre sua experiência pessoal em Roma.
Na entrevista, o Cardeal Errázuriz se referiu ao trabalho pela reforma da Curia e a redação uma nova Constituição Apostólica, com mudanças consistentes. “Se procura uma Curia que alente a nova evangelização, que apareça como um órgão de serviço ao Santo Pai e às dioceses, e não como uma instância de vigilância e de controle. A grande maioria de seus membros não a quer assim. Mas se fez necessária uma maior coordenação e um diálogo mais frequente e fluido com o Santo Pai”, afirmou.
O Conselho de Cardeais considera que nos últimos anos se diminuíram as reuniões do Papa com seus colaboradores em Roma e propôs retomá-las, para que não trabalhem de maneira semiautónoma e sem suficiente colaboração recíproca.
“Se fala de um coordenador da Curia. Em nossa linguagem falaríamos de um Secretário geral da Curia. Estas últimas reflexões eram urgentes, já que hoje 15 de outubro assumiu o Secretário de Estado, Mons. Pietro Parolin. Na agenda das próximas reuniões falaremos de cada um dos organismos que compõem a Curia”, explicou Errázuriz.
Conferido sobre quais seriam aquelas linhas de mudança da Curia, o cardeal explicou que “há um anseio de que o projeto de internacionalização da Curia romana se leve a efeito. Atualmente, de algo mais de 50 sucessores dos apóstolos que colaboram com o Papa no governo da Igreja, só três são de Ibero-América, o que parece bastante desproporcionado. Por outra parte, propõe-se a questão de se é necessária uma Curia romana tão grande. Ademais, o Papa alude às Igrejas ortodoxas. Também isto tem que ver com nosso trabalho. Esta reforma pode ser um passo encaminhado à união das Igrejas que têm sucessão apostólica, o qual seria algo realmente maravilhoso”.
“O Papa também foi aludindo a várias questões, por exemplo, ao pedir uma maior participação das mulheres nas instâncias de decisão pastoral, bem como também aprofundar na reflexão que começou “Familiaris consortio”, afirmou.
Finalmente, o Cardeal Errázuriz se referiu às futuras reuniões. “A próxima reunião terá lugar a começos de dezembro e a seguinte no final de fevereiro. Depois de ter reflexionado sobre o sínodo dos Bispos, com a presença de seu novo secretário geral, e sobre a Secretaria de Estado, iremos reflexionando sobre as muitas proposições e sugestões que recebemos a respeito das demais Congregações e Conselhos, e a respeito de outros temas”, concluiu.
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