A oposição democrática sim é uma força política em Cuba, afirma MCL
Quinta-feira, 21 de Novembro de 2013
“A oposição democrática sim é uma força política”, afirmou esta quarta-feira o Movimento Cristão Libertação (MCL), num editorial onde assinalou que as tentativas do Governo por aniquilá-la são uma mostra de que os projetos democráticos da dissidência têm “uma influência política e social”.
“A oposição democrática sim é uma força política, e tem projetos que oferecem uma influência política e social; de não ser assim, não se empenhariam tantos poderes em tratar de aniquilá-la e silenciá-la dizendo, qual cúmplices solapados do Governo de Cuba, que não existe”, expressou o MCL no editorial onde fez uma recontagem do Projeto Varela, iniciativa de Oswaldo Payá Sardiñas respaldada pelas assinaturas de 25.000 cidadãos.
Estas assinaturas, recordou o MCL, exigem ao regime comunista mudanças nas leis “para poder exercer o direito de opinião, associação, liberdade econômica, anistia aos presos políticos e eleições livres”. No entanto, a resposta do Governo foi violenta, “alterou a constituição, declarou o socialismo irrevogável e encarcerou aos principais líderes e gestores do Projeto Varela a longas condenações, mais tarde acompanhadas pelo desterro”.
No meio desta situação, a oposição democrática seguiu trabalhando o Diálogo Nacional junto com 15.000 cubanos de dentro e fora de Cuba, cujos aportes deu por fruto o programa de transição “Todos Cubanos”, que contém o plano “Cuba Primeiro”.
“Cuba Primeiro constitui uma proposta de transformações ordenadas baseadas na participação e abertura dos direitos cidadãos. A partir deste momento democrático se realizariam as mudanças nas esferas, econômicas e sociais que precisa Cuba para evitar a paralisia, a desordem, a piñata, e qualquer outra forma de corrupção”, indicou o editorial publicado no lugar web do movimento.
“Assim o povo além de seus direitos, terá o controle dos recursos nacionais. Este plano contém também propostas de uma nova Lei Eleitoral, Associações e uma proposta de reforma constitucional”, adicionou.
Assim mesmo, destacou a elaboração do Projeto Heredia, que “garante a liberdade de viajar aos cubanos desde Cuba e para Cuba e o direito a que não se lhes deporte e discrimine em seu país”. A raiz deste projeto, advertiu o MCL, “Raúl Castro começa a levantar certas discriminações que sofríamos os cubanos”, como o uso de hotéis, permissão para ter celulares, poder comprar e vender algumas propriedades e liberar as restrições migratórias. “Todas estas medidas e outras mais, mas concebidas como direitos, aparecem no projeto Heredia”, afirmou o editorial, pois “se você lê os telefonemas medidos de Raúl Castro, anunciadas na Gazeta Oficial, estão praticamente copiadas da iniciativa legislativa chamada ‘Lei de Reencontro Nacional e pelo fim da discriminação dos cubanos dentro de Cuba’”.
Posteriormente, recordou, vários líderes da oposição Cuba assinaram e proclamaram o 13 de julho de 2011 o Caminho do Povo -legado de Oswaldo Payá-, “oferecendo uma folha de rota que com lógica e transparência oferece as linhas básicas para as mudanças democráticas em Cuba e onde os direitos são caminho e meta”.
“Os atores da transição têm de ser o povo de Cuba, a eles lhes corresponde, para eles trabalhamos como oposição e força política faz mais de duas décadas”, afirmou o MCL.
“Todas estas propostas -indicou citando a Payá Sardiñas-, estão abertas ao diálogo, à discussão e à mudança (...). O povo as precisa porque quer mudanças e tem direito a conhecer que possui estes instrumentos e que pode transformá-los e aplicá-los”.
Finalmente, ao recordar o 225º aniversário do nascimento do P. Félix Varela, precursor da independência cubana, o MCL reafirmou seu compromisso “para que o povo conheça estas propostas de transição democrática”.
“Seguiremos procurando espaços de diálogo e vias de comunicação que permitam que o povo participe em sua libertação, a isto consagraram suas vidas Oswaldo Paya, Harold Cepero e milhares de cubanos neste percurso histórico de nosso povo pela emancipação e os direitos cidadãos”, concluiu.
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