14 de Novembro de 2025

Por trás da ideológica do gênero há uma verdadeira ditadura

Sábado, 29 de Março de 2014 Por trás da ideológica do gênero há uma verdadeira ditadura

"A leitura ideológica do "gênero" é uma verdadeira ditadura que quer nivelar as diversidades, homologar tudo até tratar a identidade de homem e mulher como puras abstrações”, afirmou esta manhã Mons. Nunzio Galantino, nomeado há pouco pelo Papa Secretário Geral ad quinquennium da CEI, durante a coletiva de imprensa na Rádio Vaticano, durante a qual foi apresentado o comunicado final do Conselho Permanente que terminou ontem.

A menção de Galantino parte da palestra inaugural dada pelo Cardeal Angelo Bagnasco segunda-feira, 24 de março, e reflete bem o sentimento dos bispos italianos. O Secretário da CEI explicou como a Conferência Episcopal está alarmada com a iniciativa do Departamento Nacional Contra a Discriminação Racial (UNAR) sobre a produção e distribuição de folhetos nas escolas que discriminam as famílias e a religião.

O prelado fez referência a três folhetos – destinados respectivamente à escola primária, à escola secundária de primeiro grau e àquela de segundo grau – intitulados “Educar para a diversidade na escola e tendo Diretrizes para um ensinamento mais acolhedor e respeitoso das diferenças”.

Monsenhor Galantino disse que “o confronto dentro do Conselho Permanente destacou a preocupação dos Bispos por pressões que correm o risco de golpear fortemente a família, de associar indevidamente religião e homofobia, de apresentar como pacífico o assunto sobre a indiferença da diversidade sexual dos pais para o crescimento do filho e de motivar o matrimônio entre sujeitos do mesmo sexo”.

"Não entendo - acrescentou - porque para convidar um bispo a uma escola ou para organizar um passeio escolástico é preciso do parecer do conselho escolástico e, pelo contrário, para difundir folhetos ambíguos e fazer entrar pessoas que ensinam a ideologia do ‘gênero’, tudo corra bem”.

O bispo de Cassano all'Ionio também afirmou que viu com interesse o documento que falava de luta contra o bulling e a discriminação: “Fiquei chocado - acrescentou - , quando li que os panfletos alimentavam a discriminação contra a religião e contra as famílias. É um assunto sério descobrir que o Ministério da Educação não sabia nem dos conteúdos e nem sequer do programa para as escolas”. “E é ainda pior – disse o bispo – descobrir que as famílias não foram informadas e nem questionadas para discutir as eventualidades de tal programa escolástico”.

"Aqui não se trata de Igreja ou Estado: o direito primário à educação dos jovens é das famílias, e neste caso não foram nem sequer consultadas”, destacou Galantino. E anunciou que será o Papa Francisco que abrirá a Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que acontecerá em Roma no próximo mês de maio.

O convite foi feito pelo presidente, o Cardeal Angelo Bagnasco, e o Papa o recebeu com entusiasmo. O prelado disse também que foi recebido ontem pelo Pontífice, juntamente com Bagnasco. No centro da conversa com o Pontífice estiveram os temas discutidos pelo Conselho Permanente.

O Papa, informou o secretário da CEI, tem insistido na necessidade de que "tudo o que a Igreja diz e faz tenha um impacto imediato sobre as pessoas". Monsenhor Galantino traduziu este convite explicando que, às vezes “ser só ‘ortodoxos’ é cômodo, enquanto que é muito mais importante ser corajosos e  coerentes com o testemunho do Evangelho”.

Portanto, o Papa Francisco exortou os bispos italianos a “estarem próximos das pessoas, a falarem de tal forma que nos compreendam, que as pessoas se deem conta de que o Evangelho não é um exercício ideológico, mas uma proposta para fazer mais bela a vida de cada dia. É do Evangelho que se tiram certas respostas e o estilo  com o qual se deve aproximar da realidade”. (ZENIT)