Pontificado de Francisco é uma revolução evangélica
Sábado, 14 de Setembro de 2013
O Secretário da Pontifícia Comissão para América Latina, o laico Guzmán Carriquiry, destacou os seis meses do Pontificado do Papa Francisco, ao que considerou como uma "uma revolução evangélica".
"O Pontificado do Papa Francisco é uma revolução evangélica," Carriquiry este 13 de setembro, dia em que se cumpre meio ano desde a eleição do atual Pontífice, e indicou que "quando digo revolução evangélica não me estou referindo a algum meio de imprensa controlado que pensa que é uma ruptura com toda a grande tradição da Igreja".
Nesse sentido, disse que "é extraordinário como o grande patrimônio de fé da tradição da Igreja se vai comunicando com pontífices tão diversos, que vêm de contextos culturais, sensibilidade espiritual e formação tão diversos."
"Não obstante há essa grande continuidade, mas se precisava certamente essa revolução evangélica, esse voltar à fonte do Evangelho sem glosa," comentou Carriquiry numa entrevista com EWTN Notícias.
Indicou que Benedicto XVI viveu um sofrimento e uma via crucis em seu Pontificado "que de alguma maneira obrigado a sua renúncia, por meio da Providência de Deus, dá lugar a esta explosão de alegria e esperança do Pontificado de Francisco."
"Digo revolução evangélica no sentido tradicional de uma reforma em capite in membris que o Papa está levando a cabo porque nos está chamando a todos, e aos pastores, a uma conversão", revelou Carriquiry, que conhece ao atual Papa desde faz 48 anos.
A autoridade vaticana indicou que Francisco "não tem necessidade de fazer aos pastores um elenco de responsabilidades", pois "se o mostra com o próprio exemplo, mas a todos, até o último fiel". "Nos está mostrando uma liberdade evangélica extraordinária inclusive ante formas tradicionais no passar dos tempos no seio da curia romana", adicionou, para depois afirmar que o atual Pontificado "é uma extraordinária surpresa de Deus".
"Estamos cheios de estupor pela intensidade e a densidade de acontecimentos eclesiais que vivemos nestes últimos meses," disse o Secretário da Pontifícia Comissão para América Latina, quem tem trabalha na Santa Sede por 40 anos, "desde tempos de Pablo VI até o Papa Francisco"
"Alguns me disseram depois de 40 anos em ao Vaticano, é hora de aposentar-se, de ir em pension, mas agora com o Papa Francisco isso é impossível", alegou. "Tenho uma relação, me atreveria a dizer, de amizade com o Papa Francisco desde faz mais de 40 anos". "Mas mais do que presumir desse vínculo de amizade, sou como muitos outros um pobre servidor do Pontificado", expressou.
O secretário, que participou em todas as Jornadas Mundiais da Juventude, disse que a realizada em Brasil foi uma das que mais lhe impressionaram, pois teve "uma grande capacidade de comunicação e de afeto entre o Papa e os três milhões de jovens" que participaram.
"O Papa JOÃO PAULO II tinha uma capacidade coral de falar com os jovens, mas com o Papa Francisco é como se lhes estivesse falando a cada um de um num", ressaltou.
"Fiquei impressionado dos silêncios de Rio de Janeiro em Copacabana" disse Carriquiry.
"Quantas vezes o Papa se detém em seu discurso e lhe propõe perguntas aos jovens para que as respondam ao Senhor em silêncio?" adicionou. "E isso é muito atraente."
O laico uruguaio explicou que o Papa é "muito direto e muito pessoal" e que "procura comunicar-se de coração a coração". "Nunca se refugia em discursos genéricos ou abstratos e isso é muito importante", destacou.
"A gente o percebe e se sente abraçada por um amor misericordioso, uma misericórdia misteriosa e desbordante" e "por isso a gente se sente atraída", afirmou.
Nesse sentido, assinalou que "o Papa retoma uma expressão muito formosa de Benedicto XVI no discurso inaugural da conferência episcopal em Aparecida (Brasil) quando diz ‘a missão não é proselitismo, a missão é atracção’".
"Certamente é o depoimento de fé e desse amor misericordioso que comunica o Papa, o que gera essa atracção," disse. "É um grande movimento mundial de reacercamiento à Igreja, inclusive para os que estavam afastados ou tinham ‘fechado contas’ com a fé e com a Igreja."
"Isto dá umas possibilidades de evangelização enormes que põe aos pastores, aos bispos, aos sacerdotes, aos laicos e aos religiosos a estar à altura desta possibilidade de evangelização que se abre", pois todo este movimento "tem que ser acompanhado por um movimento de educação e de evangelização". "Há que ver a vaga de San Pedro nas audiências, em seis meses não decaiu o número impressionante de gente que vem à vaga, inclusive foi incrementando", afirmou.
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