12 de Novembro de 2025

O poder teme aos homens que dialogam com Deus, diz o Papa

Segunda-feira, 19 de Agosto de 2013 O poder teme aos homens que dialogam com Deus, diz o Papa

O Papa Francisco enviou suas reflexões aos participantes e organizadores da 34º edição do Meeting de Rimini para a Amizade entre os Povos, um ato sobre cultura, política, religião e arte, que se realiza todos os anos desde 1980 na cidade balnearia italiana de Rimini. O Santo Pai assegura aos participantes no encontro que "o poder teme aos homens que dialogam com Deus, porque os volta livres e não assimiláveis".

O Meeting de Rimini que este ano tem por título "A emergência homem", é organizado pelo movimento eclesial católico Comunhão e Libertação, e propõe uma reflexão e confrontação aberta sobre diversos temas, através de uma grande quantidade de encontros, debates, exposições, eventos musicais, literários e desportivos. Dura uma semana e se realiza na segunda quinzena de agosto, o mês central das férias de verão em Europa e pelo Meeting passa mais de um milhão de pessoas.

Na abertura participou o premiê italiano Enrico Letta, e em video conferência deu uma mensagem o presidente de Itália, Giorgio Napolitano.

A carta enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, leva "a cordial saudação do santo pai Francisco" aos "organizadores e participantes do Meeting, e indica que o tema eleito "A emergência homem", suscitou diversas considerações do Papa Francisco "que reporto a seguir":

"O homem é a via da Igreja" e esta verdade segue sendo válida em nosso tempo no que a Igreja se encontra "num mundo sempre mais globalizado e virtual, numa sociedade cada vez mais secularizada e sem pontos de referência estáveis". E portanto deve "redescobrir sua própria missão".

O Santo Pai reconhece que "o homem é um mistério", que "é via da Igreja porque é a via percorrida pelo mesmo Deus", que desde os albores da humanidade, depois do pecado original se põe à busca do homem.

Adiciona que "se não passamos através de Cristo" não entenderemos nada do mistério do homem. Ou quando "nos acercaremos a nossos irmãos" seremos "como aqueles ladrões dos quais nos fala o evangelho".

Também o mundo, "o poder econômico, político, mediático, tem necessidade do homem para perpetuar-se e inflar-se a se mesmo", indica o Papa em sua reflexão. "Para isso precisa manipular as massas, induzir desejos, apagar o mais precioso do que o homem possui: sua relação com Deus.

E precisa: "o poder teme aos homens que dialogam com Deus, porque os volta livres e não assimiláveis".

Aqui está "a emergência homem que o Meeting para a Amizade entre os Povos propõe este ano no centro de sua reflexão: a urgência de restituir ao mesmo homem sua altíssima dignidade, a unicidade e preciosidade de cada existência humana, desde a concepção até o fim natural da vida".

E o Papa assegura que "a Igreja à qual Cristo confiou sua palavra e sacramentos, custodia a esperança maior, a possibilidade mais autêntica de realização que tem o homem, em qualquer latitude e em qualquer tempo".

"¡Vamos para os outros sem esperar que os outros vingam a procurar-nos!", convida o papa Francisco e adiciona: "Imitemos em isto a nosso divino Maestro, que deixou seu céu para fazer-se homem e estar cerca de cada um de nós. Não somente nas igrejas e as paróquias, mas em todos os ambientes levemos o perfume do amor de Cristo. Nas escolas, nas universidades, nos lugares de trabalho, nos hospitais, nos cárceres. Mas também nas praças, nos centros desportivos e nos locais em onde a gente se encontra.

"¡Não sejamos avarentos em doar o que nós mesmo recebemos sem nenhum mérito! Não tenhamos medo de anunciar a Cristo nas ocasiões oportunas como nas inoportunas, com respeito e com franqueza".