A fé pode vencer o secularismo
Domingo, 25 de Agosto de 2013
Sublinhando a importância do depoimento pessoal para enfrentar as tendências secularistas entre os latinos em Estados Unidos, o Arcebispo de Filadélfia, Mons. Charles Chaput, elogiou hoje o trabalho da Associação Católica de Líderes Latinos (CALL, por suas siglas em inglês).
"A cultura hispana ainda tem um alma formada por um encontro com Jesucristo, e a humanidade e compaixão que flui dele", disse Mons. Chaput esta sexta-feira 23 de agosto, no marco a conferência nacional anual da CALL.
"Por estas coisas valem a pena lutar, e compartilhar com outros. A fé importa porque lhe dá sentido à palavra ‘humanos’ em ‘seres humanos’. Importa porque nos faz filhos de um Deus amoroso".
A conferência anual se realiza do 23 ao 25 de agosto. CALL está dedicada à formação espiritual de líderes latinos e no serviço comunitário e cultural, bem como projetos educacionais. Entre seus membros figuram líderes comunitários, de negócios e profissionais.
Mons. Chaput disse que ele e o Arcebispo de Los Angeles, Mons. José Gómez, ajudaram à CALL a "criar uma organização profissional que apoiaria aos líderes hispanos católicos".
"Quisemos ajudar àqueles líderes a renovar o coração de um Estados Unidos que se voltou mais e mais confundido, e mais e mais distanciado de seus ideais fundacionais. Todos vocês, presentes aqui hoje, são um depoimento do que esperávamos conseguir. Estou muito, muito agradecido de ser parte de seu trabalho".
No entanto, o Prelado advertiu que a força do catolicismo entre os latinos está debilitando-se.
O Arcebispo de Filadélfia assinalou que os latinos estadounidenses deixam a Igreja "a um ritmo preocupante". Quase 70 por cento dos hispanos nascidos fora de Estados Unidos são católicos, mas só 40 por cento de hispanos de terceira geração o são.
A taxa de abortos entre latinos é mais alta do que a média nacional, enquanto o apoio ao mal chamado "casal" homossexual cresceu do 31 ao 53 por cento entre 2006 e 2012.
"Penso que o Arcebispo José e eu provavelmente subestimamos a capacidade da cultura estadounidense de digerir e redirigir qualquer nova influência que vem de fora de nossas fronteiras".
"Em algumas formas, o perfil social e político hispano é mal distinguible das tendências nacionais estadounidenses. A idéia de que os latinos, simplesmente por sua presença, poderia restaurar o tenor moral de nosso discurso público é uma miragem".
Mons. Chaput disse que a cultura de consumo de Estados Unidos e seus "ansiosas pequenas idolatrias", tais como o ateísmo prático, "os apetites manufaturados", as distrações, o ruído e os brinquedos, é "simplesmente muito forte".
"Como nação, os estadounidenses alabamos a Deus em nossas moedas enquanto o expulsamos de nossa vida pública em qualquer outra parte. E em lugar de Deus, criamos uma avalanche de opções vazias e pequenos falsos deuses menores que prometem alimentar nossa fome interna e não fazem nada mais que deixar-nos famintos".
O Arcebispo estadounidense disse, no entanto, que isto não deve ser causa de desesperanza.
"Uma imensa reserva de bondade e esperança ainda reside no mundo. Precisamos recordar isso e atuar em conseqüência".
Mons. Chaput assinalou a amabilidade para os estranhos em América Latina, que se mostraram "espontâneos, inesperadamente acolhedores" aos filhos de seu amigo, que tinham síndrome de Down.
O Arcebispo remarcou como aquelas pessoas com síndrome de Down enfrentam muitas dificuldades de saúde, incluindo demência temporã. Muitos um dia não poderão reconhecer aos membros de sua família que os amaram e se sacrificaram por eles.
Enquanto algumas pessoas se enfocam na dor e no futuro "desolado" daqueles com síndrome de Down, Mons. Chaput disse que o enfoque do católico é diferente.
"Nenhum amor é estéril. Nenhum amor é desperdiçado. Cada vida é preciosa. Confiamos num Deus amoroso que é ele mesmo amor; um Deus que verte um tipo de amor não merecido, redentor, sobre cada uma de seus creaturas; um Deus que se fez amor encarnado para fazer todas as coisas novas".
Mons. Chaput disse ademais do que a fé é importante, porque "não podemos confiar num Deus no que não cremos".
"A fé importa porque a esperança e o amor não podem suportar o peso do sofrimento no mundo sem ela. A fé importa porque nos recorda que há bem no mundo, e o significado de cada vida humana; e que as coisas que nos fazem humanos são pelas que vale a pena lutar. A fé importa porque nos leva a fazer o que é correto".
A fé pode inclusive crescer e expandir-se em tempos aparentemente estéreis, assinalou.
O Prelado citou a descrição feita na Carta aos Hebreus sobre Abraham, quem, apesar que ele era "tão bom como morto", teve "descendentes tão numerosos como as estrelas no céu e incontáveis como a areia da orla do mar".
"Esse é o poder da fé. Essa é a fertilidade do depoimento pessoal. Se CALL ajuda a conseguir esse tipo de conversão em cada uma de suas vidas, se CALL ajuda a fazer-se mais fortes os uns aos outros em sua fé católica e em sua vocação como líderes cristãos, então Deus a usará, e os usará, para trazer nova vida a nossa nação".
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